O sacrifício

terça-feira, 4 de setembro de 2012


Eu queria que a palavra morte não fosse ruim
Que ela fosse intraduzível, não trouxesse o fim
Queria ter uma última chance para errar
Antes do meu corpo nesta fogueira queimar
Qual a linha entre o pecado e a inocência?
Creio que ela só exista na consciência
Todos os meus atos terminam aqui
Meu corpo foi amarrado em trêmulo frenesi
Sou acusada injustamente do que não fiz
Nada neste espetáculo louco condiz
O fogo torna-se o meu cobertor
Sob ele sinto as asas da dor
Onde está Deus, aquele senhor brutal?
Por que Ele não vem aqui e tira-me deste mal?
Meu sangue jorra e as pessoas em volta riem
Sei que meus olhos fecharão até que os pássaros piem
Eu só queria uma única, uma última chance...
Para antes de morrer beijar meu delator e amante.

(26/08/12)





1 comentários:

  1. Além de belas poesias no recanto, aqui lhe encontro com tamanho encanto para apreciar mais de tuas obras. Belíssimo trabalho! Beijos.

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